O que a meditação não pode curar

Muitos ocidentais, quando encontram a prática do dharma, chegam a procura de uma cura psicológica – mas a meditação não foi desenhada para isso. A medida em que a meditação tem se tornado popular, ela tem sido vendida como uma maneira de se enfrentar doenças físicas e emocionais, assim como uma forma de melhorar a performance no trabalho, de reduzir o stress e de refazer as conexões em nosso cérebro. Eu tenho sido uma psicoterapeuta por aproximadamente vinte e cinco anos, trabalhando tanto com meditantes quanto com não meditantes. Também tenho ensinado meditação dentro da tradição Theravada para estudantes que claramente poderiam se beneficiar de terapia. Tenho visto em primeira mão os benefícios da combinação dos dois. Também tenho visto as armadilhas em se pensar que a meditação pode resolver feridas psicológicas precoces – por mais poderosa que a meditação seja, esse tipo de cura não faz parte de sua alçada. Para isso, nós temos a psicoterapia. E quando a psicoterapia é levada em paralelo a uma prática de meditação, isso pode se tornar uma mistura poderosa.

Em um artigo de 1989 intitulado “Até mesmo os melhores meditantes possuem velhas feridas para curar”, Jack Kornfield escreveu: “Para a maioria das pessoas, a prática de meditação não ‘dá conta de tudo’. Na melhor das hipóteses, é uma parte importante de um caminho complexo de abertura e despertar”. Naquele tempo, a ideia de que a meditação não podia resolver todos os sofrimentos psicológicos era amplamente ignorada nas rodas de meditantes. Porém com mais pesquisas e evidências anedóticas, ela tem ganhado cada vez maior aceitação. Em 2009, num artigo para o Buddhadharma intitulado “Medicar ou Meditar”, Roger Walsh, Robin Bitner, Bruce Victor e Lorena Hillman escreveram, “Parece claro que a questão a respeito de se a meditação e a psicoterapia podem melhorar uma a outra foi decidida: muitas pessoas se beneficiam de sua combinação, e isso tem sido observado por clínicos e demonstrado por pesquisas. Quando velhos traumas, dores e padrões se reciclam infindavelmente ou fazem a prática espiritual parecer opressora e sem esperança, a melhor resposta pode não ser simplesmente a clássica “mais prática”. Ao invés disso, a psicoterapia pode ser necessária.”

Eu pratico psicanálise contemporânea, o que significa que, quando eu trabalho com um cliente, nós miramos em transformar profundamente os padrões emocionais faltosos que foram formados na infância. Enquanto isso é feito, eu também reflito e encorajo a auto-expressão autêntica do cliente. Por exemplo, alguém pode ter aprendido muito cedo que é perigoso ficar enraivecido, pois isso poderia pôr em risco o amor de seus pais. Isso pode deixar a pessoa em situações onde ela é passada para trás porque ela não tem acesso a sua raiva legítima. Na terapia, nós iríamos não somente descobrir a causa dessa dificuldade com a raiva, mas também encorajar a sua prática, especialmente em momentos onde o cliente pode estar com raiva de mim. Através da minha imobilidade e aceitação do seu sentimento, o cliente ganha uma experiência viva de ser capaz de estar com raiva de alguém que não revida ou foge, que aceita suas preocupações. Esse tipo de troca ajuda o cliente a desenvolver um senso saudável de si mesmo, autêntico e vital.

Esse aspecto do desenvolvimento psicológico não foi necessário para o Buda, e a cura para esse tipo de feridas não estava inclusa em sua receita para o fim do sofrimento.

Como nos conta a popular estória sobre o Buda, o pai de Siddhartha o protegeu dos sofrimentos do mundo através de mantê-lo atrás das paredes do palácio. Isso funcionou até o momento em que ele completou vinte e nove anos e tornou-se curioso a respeito do que estava acontecendo do lado de fora. Por quatro vezes ele embarcou numa jornada com seu cocheiro. Em três dessas jornadas, ele acabou encontrando alguém – uma pessoa muito velha, uma pessoa muito doente e um cadáver – que levantou o véu de seus olhos e o fez entender o fato inescapável do sofrimento existencial. Na sua quarta saída, Siddhartha encontrou um asceta, alguém que havia renunciado o mundo material a fim de viver a vida sagrada e ser livre do sofrimento. Esse último encontro apontou ao Buda-por-ser a direção que ele tomaria para atingir a liberação final.

Diferente de muitos de nós, Siddhartha foi criado com cuidado absoluto, segurança, amor, respeito, proteção, e admiração. Apesar de sua mãe ter morrido pouco depois de seu nascimento, o que talvez o tenha tornado mais sensível ao sofrimento existencial ao qual foi exposto quando adulto, ele teria desenvolvido o que é chamado de apego seguro com sua tia, significando que ele teria seguramente se conectado a sua cuidadora. De acordo com a psicologia do desenvolvimento, esse apego é necessário para que a criança se torne um adulto com um senso saudável e estável de si mesmo.

Siddhartha emergiu de sua infância forte e confiante – de tal modo que ele foi capaz de responder ao surgimento dos quatro mensageiros divinos e tomar ações imediatas. Após o seu choque inicial, ele não tornou-se oprimido ou desassociado; ele não caiu em negação. Ele estava determinado e definiu um percurso de ações para se tornar livre. Em resumo, ele era psicologicamente completo.

A busca de Siddhartha não foi um esforço para desenvolver um senso de si mesmo dentro de uma realidade convencional. Nós agora podemos ver que a sua busca foi de fato destinada a mover sua consciência para além da realidade convencional, a ultrapassar o sofrimento existencial através da realização da não-morte. As práticas que ele nos deixou refletem esse objetivo último. Nós podemos ver o seu forte e saudável senso de si mesmo quando ele foi capaz de ouvir as suas próprias sugestões internas, deixar tudo que ele havia conhecido e seguir adiante sem dúvidas. Nós também podemos ver isso mais tarde em sua jornada quando, após passar um número de anos com iogues que eram engajados em práticas de austeridade, ele percebeu que as práticas como jejum e autoflagelação não iriam resolver o problema da velhice, doença e morte, e partiu em seu próprio caminho mais uma vez. Durante toda sua jornada, o Buda teve seus momentos baixos mas não desistiu. Ele não tornou-se deprimido, ansioso, fechado, traumatizado ou codependente. O seu senso de si mesmo era claramente saudável e intacto.

Quando pratico a psicoterapia, eu encontro pessoas que foram expostas ao sofrimento muito cedo na vida – antes que suas mentes pudessem compreender o que está acontecendo, enquanto seus corpos ainda estão vulneráveis e crescendo, e num momento em que, para o seu pleno desenvolvimento físico, emocional e psicológico, eles deveriam ser protegidos do sofrimento. Eles podem ter experienciado dinâmicas desafiadoras de famílias que incluem abuso, negligência emocional e falta de cuidado. Eles podem ter tido pais que também não tiveram esse cuidado paternal e, por sua vez, voltam-se aos seus filhos para encontrar suas necessidades emocionais. Para além da família, a cultura em si nos apresenta com violência, trauma e racismo sistemático. Muitas pessoas estão longinquamente afastadas do lado de fora das paredes do palácio.

Crianças criadas dessa forma podem ser incapazes de escutar, quem dirá seguir seu guia interno, e serem incapazes de agir a partir do amor e da sabedoria. Mais a frente, isso pode se desenvolver em forma de vícios, depressão, ansiedade, distúrbio de stress pós traumático e outras doenças. Tantos de nós, na cultura ocidental, divagamos sobre quem somos, como nos encaixamos e qual é o nosso propósito. Nós nos debatemos com um senso negativo de nós mesmos enquanto tentamos administrar o impacto de difíceis experiências precoces. Em resumo, nós chegamos às portas da prática espiritual com um panorama emocional e psicológico muito diferente daquele do Buda-a-ser. Quando começamos a praticar, nos debatemos para ultrapassar os sofrimentos pessoais que nos previnem de viver completamente dentro do relativo, e não no ponto de atracar-se com o sofrimento existencial no intuito de realizar o absoluto.

Então, a meditação nos serve de ajuda? Se ela não pode curar completamente os sofrimentos psicológicos, ela nos oferece qualquer coisa positiva? Ela tem qualquer aspecto curativo? A resposta é: definitivamente sim. Mesmo que o Buda não tenha vindo até a meditação pela cura, a meditação, sim, oferece algum alívio para as aflições psicológicas.

Quando nós meditamos e desenvolvemos nossa concentração através da consciência da respiração, ela nos livra, mesmo que apenas temporariamente, dos pensamentos e sentimentos que nos têm bombardeado. Para alguns de nós, pode ser a primeira vez em que vemos que não somos aquilo que nossos pensamentos dizem sobre nós. Nós vemos que pensamentos surgem sem serem convidados, são condicionados pela família, professores e cultura, e não exigem que nos identifiquemos com eles. Nós chegamos a conclusão de que não precisamos ser carregados por todas as formas de pensamentos e estados da mente; nós aprendemos que podemos fazer escolhas a serviço do nosso bem estar. Nós vemos o percurso mental que estamos prestes a tomar e nos perguntamos se é um percurso que vale a pena ser tomado. Enquanto nós começamos a agir a partir da consciência ao invés da identificação com os pensamentos, nós nos comportamos mais habilmente em direção a nós mesmos e aos outros. Aprendemos formas de cuidar de nós mesmos, de desenvolver compaixão e de praticar o amor.

Durante períodos mais longos de retiro e silêncio, os difíceis estados psicológicos que têm sido enterrados em nossas psiques podem surgir à tona a fim de serem sentidos, testemunhados e soltos. Conforme a prática se aprofunda, a meditação permite que nos movamos para além do pensamento discursivo e para que possamos sentir essas experiências diretamente. Nesses casos, nós somos liberados de paradigmas antigos e de formas de nos sentirmos a respeito de nós mesmos. Isso sobrepõe-se diretamente àquilo que pode acontecer em um bom relacionamento terapêutico.

Contudo, ao deixar o silêncio e a quietude do retiro, nós podemos encontrar dificuldades para se concentrar e para acessar padrões em níveis mais profundos outra vez. Existem razões claras para isso. Tradicionalmente, a dificuldade de concentração tem sido atribuída aos cinco obstáculos – desejo, aversão, preguiça/torpor, inquietação e dúvida – todos estados mentais que proíbem estados de concentração mais profundos. Para algumas pessoas, esses estados mentais podem ser compostos por aquelas feridas psicológicas precoces que temos carregado conosco. Por exemplo, o que um professor de meditação pode chamar de aversão, um psicoterapeuta pode ver como auto-depreciação. O que um professor de meditação pode ver como preguiça, um psicoterapeuta pode reconhecer como depressão. O que um professor de meditação pode ver como inquietude, um psicoterapeuta pode ver como ansiedade ou TEPT. Porque esses estados mentais podem ser compostos por experiências bastante difíceis, até mesmo traumáticas, que ocorreram antes que nós estivéssemos desenvolvidos e aptos a competir com eles, apenas nomeá-los como obstáculos e sentindo seus componentes energéticos geralmente não é o bastante.

Uma psicoterapeuta veria o problema de não ser capaz de acessar padrões mais profundos não como um problema de se estabelecer concentração, mas, ao invés disso, como uma defesa psicológica. Defesas são exatamente aquilo que elas indicam – elas defendem o eu de experienciar memórias e sentimentos dolorosos e muitas vezes esmagadores. Defesas são inconscientes, elas acontecem automaticamente e sem o nosso consentimento. Nós podemos experienciar um humor azedo, um sentimento de vazio, padrões comportamentais difíceis, uma falta de clareza, ansiedade, depressão, fobias e mais – tudo sem saber das experiências, crenças e sentimentos que jazem na raiz desses estados mentais. Por outro lado, se as defesas se quebram nós podemos encontrar a nós mesmos tomados por emoções dolorosas e, por vezes, inábeis para atuar.

Ao invés de ver esses estados mentais como obstáculos para uma concentração mais profunda, um psicoterapeuta os veria como experiências que estão gritando para serem curadas; no espaço protegido, confidencial da relação entre terapeuta e cliente, então, a abordagem seria a de explorar essas experiências. Essas defesas são vistas como um ponto de partida. Numa exploração compartilhada, o terapeuta aponta e interpreta as defesas para que elas gradualmente percam sua força. Enquanto a confiança é construída, o material que fica para além das defesas pode emergir e ser processado. Em circunstâncias ideais, as emoções difíceis e as experiências que estavam previamente inconscientes emergem protegidas e vagarosamente para que o cliente possa integrá-las sem tornar-se sobrecarregado. Enquanto esses padrões se desenrolam, a psicoterapeuta não apenas empresta suporte emocional e encorajamento, mas também serve como um novo modelo para como responder a essas dificuldades.

Aqui vai um exemplo de como uma psicoterapeuta poderia ajudar a transformar um padrão psicológico. Quando um cliente começa a se sentir vulnerável, ele pode ouvir uma voz dura vinda de dentro o chamando de estúpido ou fraco. Com alguma exploração, nós podemos descobrir que aquela voz é exatamente como seu pai o tratou quando ele era uma criança vulnerável. Aquela voz mantém o status quo; ela mantém os sentimentos vulneráveis protegidos. A cliente chama a si mesma de fraca ou carente, e tenta bater nesses sentimentos com dureza e culpa. Mas essa voz dura está servindo como uma função protetora, como se os sentimentos vulneráveis tivessem sobrecarregado a criança que não teve um pai calmo para ajudá-la com eles. A psicoterapeuta interpreta a natureza defensiva dessa voz dura e aponta para como ela não serve mais ao cliente no sentido de suprimir seus sentimentos vulneráveis. A criança vulnerável pode ser convidada a expressar-se, e a psicoterapeuta pode responder com cuidado e compaixão. Ao invés do modelo de dureza que foi recebido de seu pai, uma nova instância de aceitação é recebida, e o cliente aprende a tratar a si mesmo com gentileza.

Dessa forma, um apego seguro é formado com a terapeuta. Isso é o que Siddhartha já possuía quando começou a sua jornada pela liberdade; é essencial para o desenvolvimento de um senso saudável de si mesmo. Quando isso não ocorre na infância, isso nos falta. Para onde vão os adultos para conhecer as necessidades de dependência desconhecidas, necessidades de espelhamento do seu eu autêntico, encorajamento de suas verdadeiras lutas, proteção e empatia? Para onde os adultos podem ir para finalmente crescerem?

A psicoterapia conduzida a partir de uma perspectiva do desenvolvimento – sendo essa a terapia que leva em conta a necessidade de um apego seguro composto por proteção, empatia, espelhamento e cuidado com as lutas autênticas do cliente; e os efeitos nocivos derivados de quando isso não foi oferecido de uma forma ideal durante a infância – oferece um refazer desse desenvolvimento. Clínicos irão encorajar e incentivar o desenvolvimento dos anseios mais profundos do cliente, seus verdadeiros interesses e a expressão de seus talentos. Assim que eles são expressados e encontram uma saída no mundo, esses aspectos do eu que estavam congelados na infância começam a crescer novamente. Psicoterapia ajustada ao desenvolvimento, portanto, não é apenas um trabalho através de antigos padrões e sistemas de crença, mas também uma segunda chance para se tornar a pessoa autêntica e verdadeira que nós deveríamos ser. A criança interna a qual nós todos ouvimos falar tanto não precisa permanecer uma criança, congelada no tempo para sempre. Com comprometimento e deliberação, o cliente pode tornar-se um adulto emocionalmente maduro. Com todo o seu poder, isso é algo que a prática de meditação solitária não pode prover.

A meditação pode, no entanto, ajudar no processo terapêutico. Enquanto pensamentos e sentimentos dolorosos emergem no tratamento, o meditante estará inicialmente mais inclinado que um não meditante a entender que pensamentos e sentimentos são fenômenos internos que não precisam ser tomados em ação. Esse é um passo crucial na finalização de um comportamento problemático e no crescimento da consciência. Essa habilidade, em conjunto com a internalização da presença cuidadora da psicoterapeuta, pode mudar profundamente a maneira como a pessoa responde aos pensamentos e aos relacionamentos. Também, compreender e enxergar profundamente a impermanência dos fenômenos mentais pode permitir que um meditante em terapia experiencie pensamentos e emoções perturbadoras com menos medo e com uma crescente confiança de que eles passarão. A consciência é fortalecida na meditação ao ponto em que temos visto estados mentais irem e virem; é menos provável que nós resistamos aos seus surgimentos na medida em que sabemos que isso irá adiar sua passagem. Não apenas isso, mas quando nós entendemos a natureza dos fenômenos condicionada e livre do eu, ela alimenta a consciência de que pensamentos podem ser emocionalmente verdadeiros sem que sejam concretamente verdadeiros – uma distinção crucial para o trabalho interno. Há uma grande diferença entre acreditar que eu sou uma pessoa terrível e entender que eu me sinto como uma pessoa terrível por causa de como eu fui tratada no passado.

Enquanto meditantes, nós entendemos de uma maneira profunda que a mente discursiva é condicionada e não é quem nós somos em nossa essência. Nos tornamos mais sensíveis e podemos sentir as diferenças energéticas entre a mente tagarela e a voz interna da sabedoria. Nós sabemos que possuímos a natureza búdica – um poderoso sistema de orientação interno, para além da mente pensante, que nos aponta na direção da sabedoria e do amor.

Tendo-se aberto e curado muitas de nossas feridas na psicoterapia, nós não usamos mais nossas defesas para nos protegermos de nossas dores. Sem essa armadura contra o sofrimento, nós nos tornamos mais sensíveis ao mundo a nossa volta. Agora, quando meditamos, nós enxergamos mais claramente. Nós vamos mais fundo. Nós internalizamos a presença compassiva da psicoterapeuta na presença de nosso próprio sofrimento e, como resultado, podemos expressar melhor nossa compaixão para com nós mesmos e para com os outros. Nós amadurecemos. Somos menos tomados por nossos próprios medos e dores e somos aptos a nos voltarmos em direção ao sofrimento dos outros com um coração aberto. Somos mais como um canal aberto para o nosso guia interno. Como o Buda, nós podemos seguir as sugestões internas da jornada de nossas vidas e de nosso potencial.

Com nossos padrões cármicos modificados e transformados, nossa prática espiritual se aprofunda. Tendo estudado o eu, nós esquecemos o eu e podemos ver o mundo através de lentes menos pessoais. Nós podemos nos aprofundar na nossa prática de meditação e, como o Buda em suas saídas do palácio, experienciar as verdades da velhice, doença e morte. Nós experienciamos o insight nessas três características: sofrimento, impermanência e a ausência de eu. Nós reconhecemos a tolice em confiar que o reino condicionado possa nos trazer felicidade e satisfação duradouras. Ao mesmo tempo, aprofundamos o nosso compromisso de desenvolver o coração, de evitar trazer qualquer sofrimento adicional para nós mesmos e para os outros e de cultivar a compaixão por todos os seres.

Como o Buda, nós podemos, assim, nos vermos inspirados a nos movermos para ainda mais além, a deixarmos a preocupação com o conhecido eu e a encontrar o que perdura para além do reino condicionado. Nós podemos perguntar o que é verdadeiro para além dos sofrimentos e desejos do eu pessoal, para além das nossas histórias e circunstâncias, para além de vida e morte. Menos sobrecarregados pela bagagem do sofrimento pessoal, nós seguimos em frente.

Artigo publicado originalmente em lionsroar.com e traduzido por Fábio Valgas